Seja Dizimista

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Nesta época em que a igreja está fechada por conta da pandemia, mostre sua fidelidade à igreja e a Deus. Não deixe de devolver o seu dízimo!

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

“Deus não é Deus de confusão, mas de paz”.


“Deus não é Deus de confusão, mas de paz”. (I Cor 14,33)

Pe. Marcos Paulo Pinalli da Costa –  Diocese de Campos - RJ.

Com este conflito entre Hamas e Israel, a guerra da Rússia contra a Ucrânia perdeu o seu foco nos principais telejornais. Não podemos esquecer de conflitos que acontecem em outros continentes.  Aqui, mesmo não havendo guerras, existe a questão do narcotráfico e tráfico de armas que entram no nosso país colocando o “Poder Paralelo” mais municiado para enfrentar nossas Forças Armadas e as Polícias num todo. Estes que, são responsáveis pela segurança Nacional, dos estados e municípios.  Infelizmente vivemos “guerras” urbanas e conflitos “rurais”. Inclusive em muitas cidades do interior não é mais possível “dormir com as janelas abertas ou ficar na calçada até certas horas sentados na calçada colocando o papo em dia”. Não pretendo fazer uma abordagem histórica, mas exponho o que tenho observado. 

Tenho acompanhado os noticiários em diversos canais de TV que consideram os ataques do Hamas como TERRORISTA. Alguns destes crimes, pela legislação brasileira são considerados hediondos. Tais crimes são inafiançáveis, insuscetíveis de graça e liberdade provisória. Na proposta de paz apresentada hoje pelo Brasil, uma vez que, está na condição de presidir provisoriamente (só este mês) o Conselho de Segurança da ONU, o ataque do Hamas foi considerado terrorista, civis foram tomados como reféns. Conforme o direito internacional, que os civis sejam imediatamente libertados; que haja pausas e um corredor humanitário e que as populações locais recebessem a devida assistência.

Tal proposta foi vetada pelos EUA que mais tarde conseguiu do Egito, pela visita do Presidente Biden a abertura para o acesso de ajuda humanitária em Gaza. Preocupa-me muito enquanto muitas vítimas inocentes tornam-se vítimas de tais atrocidades, grupos e países, usando argumentos que nem sempre convincentes, mas neste caos para tirarem proveito para se projetarem e espalhar suas ideologias étnicas e políticas. Atualmente o resgate de brasileiros que desejam sair da faixa de Gaza tem total apoio pela operação “voltando em paz” para o Brasil. Países como a Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai pedem “carona” nos voos da FAB aos seus cidadãos que desejam retornar

Como católicos nunca devemos ser favoráveis a qualquer tipo de guerra, pois no final só há perdedores. Perdedores sim! Um grupo, eixo ou país(es) pode(m) vencer, mas vidas inocentes, neste conflito, os civis, sobretudo mulheres e crianças perdem suas vidas. Isto é inconcebível para nós que devemos amar ao praticar os ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo.

São Marcos escreveu em seu Evangelho: “Vós sabeis que os chefes das nações as oprimem e os grandes as tiranizam. 43Mas, entre vós, não deve ser assim: quem quiser ser grande seja vosso servo; 44e quem quiser ser o primeiro seja o escravo de todos. 45Porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos”. (Cf. Mc 10, 43-44).

Quando peregrinei à Israel, em 2013, percebi haver paz entre Judeus e “Árabes”, nem todos são Palestinos ou Mulçumanos.  Nossos irmãos mais velhos, Israel, foram atacados, porém, o Hamas não representa o pensamento dos Palestinos, ainda que, infiltrados na política governamental obtiveram cargos eletivos na faixa de Gaza. Temos que esperar uma alteração geopolítica neste cenário e no mundo. Infelizmente a imagem dos Palestinos foi manchada, mas que haja um acordo de paz para estes povos irmãos viverem em paz, com dignidade e livres.

Cito o texto do Vatican News de 18/10/2023: “O Papa afirmou, ao final da Audiência Geral, que seus pensamentos estão voltados para a Palestina e Israel: “Peço aos fiéis que assumam apenas um lado nesse conflito: o da paz”. Diante deste cenário o Pontífice convoca um dia de jejum e oração pela paz: “na sexta-feira, 27 de outubro, convido os irmãos e irmãs das várias denominações cristãs, aqueles que pertencem a outras religiões e todos os que prezam a causa da paz no mundo a participarem”.

Também na Audiência Geral do dia 24/03/2022, em relação à guerra entre Rússia e Ucrânia, nosso Papa disse: “Peçamos ao Senhor da vida que nos liberte desta morte da guerra. Com a guerra tudo se perde, tudo: não há vitória numa guerra, tudo é derrota. Que o Senhor envie o seu Espírito para que nos faça entender que a guerra é uma derrota da humanidade.”. Portanto, “Deus não é Deus de confusão, mas de paz”, cf. I Cor 14,33.


Copiado na integra de: https://diocesedecampos.org.br/

sábado, 23 de setembro de 2023

O grito pela vida.


Quando lemos na Bíblia que os Amonitas, um povo de Canaã, entregava filhos em sacrifício ao deus Moloc, ao qual jogavam-lhe os bebês num buraco em chamas, ficamos aterrorizados.

Parece-nos uma lenda, é quase inimaginável pensar em um bebê sendo jogado vivo ao fogo por seus próprios pais.

Qualquer pessoa percebe a perversidade deste ato, mas sempre há aqueles que nada fazem contra, e até que os defenda. A isso, o Senhor nosso Deus disse:

“Mesmo se o povo da terra fechar os olhos para o fato de esse homem entregar um de seus filhos a Moloc, e não o fizer morrer, eu me voltarei contra esse homem e contra sua família e o eliminarei do seu povo, com todos que o seguirem na prostituição a Moloc.”Lv.20,4-5.

Durante esses sacrifícios, tocavam tambores e trombetas, para que os gritos das crianças não fossem ouvidos. Mas Deus Onipotente ouve o clamor dos mártires inocentes. 

Hoje, Moloc é cultuado no mundo moderno homicida e ateu. Seus sacerdotes recebem o sacrifício no total silêncio da vítima, que, sendo alimentada pelo sangue do oferente, não pode calcular o tamanho do desamor no qual se encontra dentro.

A vítima é quebrada, rompem-lhe os membros, arrancam-lhe o futuro, os sonhos, as felicidades. Despedaçam-na por inteira, tiram-lhe a vida. Vida esta que é paga por Mammon, ofertada a Moloc, dada de bom grado pela Mãe e pelo Pai. Culto satânico envolvido em ares de ciência humana e saúde pública. 

O branco gélido do maldito quarto de cirurgia será a cor nos lábios dos oferentes e dos sacerdotes de Moloc ao verem, após o seu aborto desta vida, o Cristo Ressuscitado, Deus que julga com perfeição aos maus e aos bons. O ar pesado que paira sob o pescoço, nas intensas batidas de um coração aflito será o estado eterno daqueles que profanaram a inocência. 

As cenas do passado que nos eram inimagináveis, hoje são a mais banal conversa quotidiana. Fala-se em matar, na mesma naturalidade que se fala em futebol. Legislam sobre os inocentes, mas se fizerem sobre eles descer a morte; então pouco tempo lhes há de restar até que as chamas que consomem o próprio Moloc venham também abortá-los para sempre nas profundezas do eterno inferno.

Que Deus ouça nossas orações.


Por Saulo Boechat https://instagram.com/sauloboechat?igshid=MzRlODBiNWFlZA==

sexta-feira, 5 de junho de 2020

Memoria ao sagrado Coração de Jesus


As 12 promessas do Sagrado Coração de Jesus,

A devoção ao Sagrado Coração de um modo visível aparece em dois acontecimentos fortes do Evangelho: no gesto de São João, discípulo amado, encostando a sua cabeça em Jesus durante a Última Ceia (cf. Jo 13,23); e, na cruz, onde o soldado abriu o lado de Jesus com uma lança (cf. Jo 19,34).

Num acontecimento, temos o consolo de Cristo pela dor na véspera de Sua morte. No outro, o sofrimento causado pelos pecados da humanidade. Esses dois exemplos do Evangelho nos ajudam a entender o apelo de Jesus feito, em 1675, a Santa Margarida Maria Alacoque:

“Eis este coração que tanto tem amado os homens. Não recebo da maior parte senão ingratidões, desprezos, ultrajes, sacrilégios e indiferenças. Eis que te peço que a primeira sexta-feira depois da oitava do Santíssimo Sacramento (Corpo de Deus) seja dedicada a uma festa especial para honrar o Meu coração, comungando, neste dia, e dando-lhe a devida reparação por meio de um ato de desagravo para reparar as indignidades que recebeu durante o tempo em que esteve exposto sobre os altares. Prometo-te que o Meu Coração se dilatará para derramar com abundância as influências de Seu divino amor sobre os que tributem essa divina honra e que procurem que ela lhe seja prestada.”

São João Paulo II e a devoção ao Sagrado Coração de Jesus

São João Paulo II sempre cultivou essa devoção e sempre a incentivou a todos que desejam crescer na amizade com Jesus. Em 1980, no dia do Sagrado Coração, ele afirmou: “Na solenidade do Sagrado Coração de Jesus, a liturgia da Igreja concentra-se, com adoração e amor especial, em torno do mistério do Coração de Cristo. Quero, hoje, dirigir, juntamente convosco, o olhar dos nossos corações para o mistério desse coração. Ele falou-me desde a minha juventude. A cada ano, volto a esse mistério no ritmo litúrgico do tempo da Igreja”.

Agora, conheça as 12 promessas do Sagrado Coração de Jesus a Santa Margarida Maria Alacoque:

1° Promessa: “A minha bênção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem de Meu Sagrado Coração”;
2° Promessa: “Eu darei aos devotos de Meu Coração todas as graças necessárias a seu estado”;
3° Promessa: “Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias”;
4° Promessa: “Eu os consolarei em todas as suas aflições”;
5° Promessa: “Serei refúgio seguro na vida e principalmente na hora da morte”;
6° Promessa: “Lançarei bênçãos abundantes sobre os seus trabalhos e empreendimentos”;
7° Promessa: “Os pecadores encontrarão, em meu Coração, fonte inesgotável de misericórdias”;

Leia mais:
Maria, uma mulher com passo decidido

8° Promessa: “As almas tíbias tornar-se-ão fervorosas pela prática dessa devoção”;
9° Promessa: “As almas fervorosas subirão, em pouco tempo, a uma alta perfeição”;
10° Promessa: “Darei aos sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais endurecidos”;
11° Promessa: “As pessoas que propagarem esta devoção terão o seu nome inscrito para sempre no Meu Coração”;
12° Promessa: “A todos os que comunguem, nas primeiras sextas-feiras de nove meses consecutivos, darei a graça da perseverança final e da salvação eterna”.

Fonte externa: Canção Nova

sexta-feira, 30 de junho de 2017

Testemunho

MEUS QUERIDOS IRMÃOS DO "CRISTO VIVE"! Paz e bem!!!

É COM MUITA ALEGRIA QUE VOU COMPARTILHAR COM VOCÊS, ALGO TREMENDO QUE ME ACONTECEU, E COMO CREIO QUE TEVE A "PARTICIPAÇÃO " INDIRETA DE VOCÊS, NÃO PODERIA DEIXAR DE DIVIDIR COM VOCÊS! NA VERDADE, QUERO MESMO É DAR UM TESTEMUNHO:

HÁ MAIS OU MENOS TRÊS MESES, DESENVOLVI UMA QUEDA DE CABELO; MAS NOS ÚLTIMOS DIAS ESTA QUEDA INTENSIFICOU DE FORMA ASSUSTADORA! AO PONTO, DE TER QUE RETIRAR COM UMA PAZINHA (DESSAS QUE SUAMOS NA COZINHA PARA TIRAR O LIXO), DUAS A TRÊS VEZES POR DIA! TAMANHA A QUANTIDADE QUE ESTAVA CAINDO...SEM EXAGERO IRMÃOS, ACREDITO QUE PERDI UM TERÇO DOS MEUS CABELOS!!!

HÁ UM MÊS, FUI À UMA DERMATOLOGISTA QUE MEDIANTE AOS RESULTADOS DOS EXAMES, ME PRESCREVEU DUAS FÓRMULAS DE MEDICAÇÃO, QUE NA VERDADE NÃO TROUXE NENHUM RESULTADO. NA QUARTA-FEIRA, QUANDO VI AQUI NO GRUPO QUE VOCÊS IRIAM ORAR NO MONTE, NÃO PENSEI DUAS VEZES E PEDI ORAÇÕES NESTA INTENÇÃO. 
 
E O QUE ACONTECEU NO DIA SEGUINTE FOI SIMPLESMENTE, SURPREENDENTE!!!

ONTEM NA PARTE DA TARDE, PERCEBI UMA DIMINUIÇÃO MUITO SIGNIFICATIVA NA QUEDA DO MEU CABELO!!! MINHA VONTADE FOI MESMO DE DIVIDIR COM VOCÊS ESTE "M I L A G R E", QUE O SENHOR OPEROU AINDA ONTEM MESMO... MAS ACHEI PRUDENTE AGUARDAR UM POUCO MAIS! MAS HOJE NÃO TENHO DÚVIDAS!
"D E U S   O P E R O U   U M  M I L A G R E  E M  M I N H A  V I D A!!!"

domingo, 31 de julho de 2016

Homilias do papa Francisco na JMJ 2016

Queridos jovens, viestes a Cracóvia para encontrar Jesus. E o Evangelho de hoje fala-nos precisamente do encontro entre Jesus e um homem, Zaqueu, em Jericó (cf. Lc 19, 1-10). Aqui, Jesus não Se limita a pregar ou a saudar alguém, mas quer – diz o Evangelista – atravessar a cidade (cf. v. 1). Por outras palavras, Jesus deseja aproximar-Se da vida de cada um, percorrer o nosso caminho até ao fim, para que a sua vida e a nossa se encontrem verdadeiramente.

E assim acontece o encontro mais surpreendente, o encontro com Zaqueu, o chefe dos «publicanos», isto é, dos cobradores de impostos. Zaqueu era, pois, um rico colaborador dos odiados ocupantes romanos; era um explorador do seu povo, alguém que, pela sua má reputação, não podia sequer aproximar-se do Mestre. Mas o encontro com Jesus muda a sua vida, como sucedeu ou pode sucede cada dia com cada um de nós. Entretanto Zaqueu teve de enfrentar alguns obstáculos para encontrar Jesus: pelo menos três, que podem dizer algo também a nós.

O primeiro é a baixa estatura: Zaqueu não conseguia ver o Mestre, porque era pequeno. Também hoje podemos correr o risco de ficar à distância de Jesus, porque não nos sentimos à altura, porque temos uma baixa opinião de nós mesmos. Esta é uma grande tentação, que não tem a ver apenas com a autoestima, mas toca também a fé. Porque a fé diz-nos que somos «filhos de Deus; e, realmente, o somos» (1 Jo 3, 1): fomos criados à sua imagem; Jesus assumiu a nossa humanidade, e o seu coração não se afastará jamais de nós; o Espírito Santo deseja habitar em nós; somos chamados à alegria eterna com Deus. Esta é a nossa «estatura», esta é a nossa identidade espiritual: somos os filhos amados de Deus, sempre. Compreendeis então que não aceitar-se, viver descontentes e pensar de modo negativo significa não reconhecer a nossa identidade mais verdadeira? É como voltar-se para o outro lado enquanto Deus quer pousar o seu olhar sobre mim, é querer apagar o sonho que Ele tem para mim. Deus ama-nos assim como somos, e nenhum pecado, defeito ou erro Lhe fará mudar de ideia. Para Jesus – assim no-lo mostra o Evangelho –, ninguém é inferior e distante, ninguém é insignificante, mas todos somos prediletos e importantes: tu és importante! E Deus conta contigo por aquilo que és, não pelo que tens: a seus olhos, não vale mesmo nada a roupa que vestes ou o telemóvel que usas; não Lhe importa se andas na moda ou não, importas-Lhe tu. A seus olhos, tu vales; e o teu valor é inestimável.

Quando acontece na vida diminuirmo-nos em vez de nos enobrecermos, pode ajudar-nos esta grande verdade: Deus é fiel em amar-nos, até mesmo obstinado. Ajudar-nos-á pensar que Ele nos ama mais do que nos amamos nós mesmos, que crê em nós mais de quanto acreditamos nós mesmos, que sempre nos apoia como o mais irredutível dos nossos fãs. Sempre nos aguarda com esperança, mesmo quando nos fechamos nas nossas tristezas e dores, remoendo continuamente as injustiças recebidas e o passado. Mas, afeiçoar-nos à tristeza, não é digno da nossa estatura espiritual. Antes pelo contrário; é um vírus que infecta e bloqueia tudo, que fecha todas as portas, que impede de reiniciar a vida, de recomeçar. Deus, por seu lado, é obstinadamente esperançoso: sempre acredita que podemos levantar-nos e não Se resigna a ver-nos apagados e sem alegria. Porque somos sempre os seus filhos amados. Lembremo-nos disto, no início de cada dia. Far-nos-á bem dizê-lo na oração, todas as manhãs: «Senhor, agradeço-Vos porque me amais; fazei-me enamorar da minha vida». Não dos meus defeitos, que hão de ser corrigidos, mas da vida, que é um grande dom: é o tempo para amar e ser amado.

Zaqueu tinha um segundo obstáculo no caminho do encontro com Jesus: a vergonha paralisadora. Podemos imaginar o que se passou no coração de Zaqueu antes de subir àquele sicómoro: terá havido uma grande luta; por um lado, uma curiosidade boa, a de conhecer Jesus; por outro, o risco de fazer triste figura. Zaqueu era uma figura pública; sabia que, tentando subir à árvore, se faria ridículo aos olhos de todos: ele, um líder, um homem de poder. Mas superou a vergonha, porque a atração de Jesus era mais forte. Tereis já experimentado o que acontece quando uma pessoa se nos torna tão fascinante que nos enamoramos: então pode suceder fazermos voluntariamente coisas que de outro modo nunca teríamos feito. Algo semelhante aconteceu no coração de Zaqueu, quando sentiu que Jesus era tão importante que, por Ele, estava pronto a tudo, porque Ele era o único que poderia retirá-lo das areias movediças do pecado e da infelicidade. E assim a vergonha que paralisa não levou a melhor: Zaqueu – diz o Evangelho – «correndo à frente, subiu» e depois, quando Jesus o chamou, «desceu imediatamente» (vv 4.6). Arriscou e colocou-se em jogo. Aqui está também para nós o segredo da alegria: não apagar a boa curiosidade, mas colocar-se em jogo, porque a vida não se deve fechar numa gaveta. Perante Jesus, não se pode ficar sentado à espera de braços cruzados; a Ele que nos dá a vida, não se pode responder com um pensamento ou com uma simples «mensagem».

Queridos jovens, não vos envergonheis de Lhe levar tudo, especialmente as fraquezas, as fadigas e os pecados na Confissão: Ele saberá surpreender-vos com o seu perdão e a sua paz. Não tenhais medo de Lhe dizer «sim» com todo o entusiasmo do coração, de Lhe responder generosamente, de O seguir. Não vos deixeis anestesiar a alma, mas apostai no amor formoso, que requer também a renúncia, e um «não» forte ao doping do sucesso a todo o custo e à droga de pensar só em si mesmo e nas próprias comodidades.

Depois da baixa estatura e da vergonha incapacitante, houve um terceiro obstáculo que Zaqueu teve de enfrentar, não dentro de si mesmo, mas ao seu redor. É a multidão murmuradora, que primeiro o bloqueou e depois criticou-o: Jesus não devia entrar na casa dele, na casa dum pecador. Como é difícil acolher verdadeiramente Jesus! Como é árduo aceitar um «Deus, rico em misericórdia» (Ef 2, 4)! Poderão obstaculizar-vos, procurando fazer-vos crer que Deus é distante, rígido e pouco sensível, bom com os bons e mau com os maus. Ao contrário, o nosso Pai «faz com que o Sol se levante sobre os bons e os maus» (Mt 5, 45) e convida-nos a uma verdadeira coragem: ser mais fortes do que o mal amando a todos, incluindo os inimigos. Poderão rir-se de vós, porque acreditais na força mansa e humilde da misericórdia. Não tenhais medo, mas pensai nas palavras destes dias: «Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia» (Mt 5, 7). Poderão considerar-vos sonhadores, porque acreditais numa humanidade nova, que não aceita o ódio entre os povos, não vê as fronteiras dos países como barreiras e guarda as suas próprias tradições, sem egoísmos nem ressentimentos. Não desanimeis! Com o vosso sorriso e os vossos braços abertos, pregais esperança e sois uma bênção para a única família humana, que aqui tão bem representais.

Naquele dia, a multidão julgou Zaqueu, mediu-o de cima a baixo; mas Jesus fez o contrário: levantou o olhar para ele (v. 5). O olhar de Jesus ultrapassa os defeitos e vê a pessoa; não se detém no mal do passado, mas entrevê o bem no futuro; não se resigna perante os fechamentos, mas procura o caminho da unidade e da comunhão; único no meio de todos, não se detém nas aparências, mas vê o coração. Com este olhar de Jesus, vós podeis fazer crescer outra humanidade, sem esperar louvores, mas buscando o bem por si mesmo, felizes por conservar o coração limpo e lutar pacificamente pela honestidade e a justiça. Não vos detenhais à superfície das coisas e desconfiai das liturgias mundanas do aparecer, da maquilhagem da alma para parecer melhor. Em vez disso, instalai bem a conexão mais estável: a de um coração que vê e transmite o bem sem se cansar. E aquela alegria que gratuitamente recebestes de Deus, gratuitamente dai-a (cf. Mt 10, 8), porque muitos esperam por ela.

Ouçamos, por fim, as palavras de Jesus a Zaqueu, que parecem ditas de propósito para nós hoje: «Desce depressa, pois hoje tenho de ficar em tua casa» (v. 5). Jesus dirige-te o mesmo convite: «Hoje tenho de ficar em tua casa». A JMJ – poderíamos dizer – começa hoje e continua amanhã, em casa, porque é lá que Jesus te quer encontrar a partir de agora. O Senhor não quer ficar apenas nesta bela cidade ou em belas recordações, mas deseja ir a tua casa, habitar a tua vida de cada dia: o estudo e os primeiros anos de trabalho, as amizades e os afetos, os projetos e os sonhos. Como Lhe agrada que tudo isto seja levado a Ele na oração! Como espera que, entre todos os contactos e os chat de cada dia, esteja em primeiro lugar o fio de ouro da oração! Como deseja que a sua Palavra fale a cada uma das tuas jornadas, que o seu Evangelho se torne teu e seja o teu «navegador» nas estradas da vida!

Ao pedir para ir a tua casa, Jesus – como fez com Zaqueu – chama-te por nome. O teu nome é precioso para Ele. O nome de Zaqueu evocava, na linguagem da época, a recordação de Deus. Fiai-vos na recordação de Deus: a sua memória não é um «disco rígido» que grava e armazena todos os nossos dados, mas um coração terno e rico de compaixão, que se alegra em eliminar definitivamente todos os nossos vestígios de mal. Tentemos, também nós agora, imitar a memória fiel de Deus e guardar o bem que recebemos nestes dias. Em silêncio, façamos memória deste encontro, guardemos a recordação da presença de Deus e da sua Palavra, reavivemos em nós a voz de Jesus que nos chama por nome. Assim rezemos em silêncio, fazendo memória, agradecendo ao Senhor que aqui nos quis e encontrou.

31/07/2016 12:13

Créditos por: Rádio Vaticano

Igreja São João Batista

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